Porque não basta apenas identificar as principais falhas do sistema, mas também propor medidas para criar uma estratégia de resposta.
A Insuficiência Cardíaca (IC) é um problema real, urgente e de grande dimensão em Portugal. Estima-se que existam 400 mil pessoas com esta síndrome no nosso país, um número que deverá aumentar para meio milhão até 2060. Contudo, a consciência para este problema, bem como uma resposta estruturada, tardam em tornar-se uma realidade.
Para os doentes, a IC representa um decréscimo significativo na sua qualidade de vida, na sua independência, bem como um número elevado de comorbilidades e um índice elevado de mortalidade. Para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) esta síndrome – que constitui a terceira causa mais comum de hospitalização no nosso país – representa cerca de 2,6% da despesa pública em saúde.
Para alterar este paradigma, foi desenvolvido o Consenso Estratégico para a IC em Portugal, o qual resulta do trabalho conjunto de um grupo multidisciplinar constituído por Médicos de Cardiologia, Medicina Interna e Medicina Geral e Familiar, decisores políticos e representantes do Ministério da Saúde, Representantes da Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC), Representantes de associações da indústria farmacêutica e de dispositivos médicos, entre outros especialistas do setor da Saúde Pública.