Insuficiência cardíaca: quando o coração não chega

É esperado do coração saudável que bombeie sangue para todo o organismo, levando oxigénio e nutrientes preciosos a todo o corpo. Mas, para quem sofre de insuficiência cardíaca, este é um processo bem mais complicado.

Em 2014, mais de 4680 pessoas morreram em Portugal vítimas de insuficiência cardíaca. Mas este não é o único número a reter quando se fala desta doença. Morte prematura e incapacidade são consequências deste que é um problema comum, sobretudo em idades mais avançadas, mas grave e cujo impacto se espera que venha a aumentar exponencialmente nos próximos anos, com o envelhecimento da população.

Embora apenas 1% da população com menos de 65 anos sofra desta doença, esta é a causa mais comum de internamento nos pacientes com mais de 65 anos, afetando, em média, cerca de 7% das pessoas com idades entre os 75 e os 84 anos, e 15% daqueles com mais de 85 anos.

Mas o que é, afinal, a insuficiência cardíaca? Tal como o nome indica, trata-se se uma doença em que o coração não consegue desempenhar a sua função de forma suficiente para garantir resposta às necessidades do organismo, sobretudo durante atividades que requerem maior esforço.

Embora possa ser assustadora, até porque normalmente não tem cura, a insuficiência cardíaca pode ser tratada, de maneira a permitir a quem sofre desta doença viver mais e melhor tempo, cuidando do seu coração.

Entre as diversas causas para esta condição estão ataques cardíacos, pressão arterial elevada, doenças pulmonares, abuso de álcool e drogas, defeitos cardíacos congénitos e diversas doenças do coração. As lesões ou esforço extra gerados no coração por estas situações levam a alterações nas funções do órgão, podendo afetar a função de aperto (contração), enchimento (relaxamento) e até ambas.

Na prática, quando a função de contração fica restringida, o coração é impedido de bombear sangue suficiente para fora. Se o coração não for capaz de relaxar completamente, isto leva a que menos sangue seja capaz de entrar no coração o que, por sua vez, significa que menos sangue poderá ser bombeado para fora do coração. É um círculo vicioso que não só impede o coração de fornecer a quantidade adequada de nutrientes e oxigénio ao organismo, como também limita a sua capacidade de auxiliar na correta eliminação de resíduos, levando a dois efeitos principais: a fadiga, levada pelo fornecimento insuficiente de sangue, e a acumulação de líquidos nos pulmões, pernas e abdómen, causada pela acumulação de sangue que espera para entrar no coração.

A vida com Insuficiência Cardíaca

Viver com Insuficiência Cardíaca (IC) não significa necessariamente deixar para trás todas as rotinas. Com acompanhamento médico, cuidados adequados e respeitando os limites, a vida com IC pode ser preenchida de muitos e bons momentos.